segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Concentrar é preciso - por Caio Lara

Às vésperas do início da campanha para as próximas eleições para deputado federal e estadual, é importante a lembrança dos resultados das eleições de 2006. O que se percebe, pela análise dos dados daquela eleição, é a pulverização dos votos dos passatempenses para os cargos de deputado estadual e federal.

Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (http://www.tre-mg.gov.br/ele2006/), em Passa Tempo estavam aptos para votar 6.814 eleitores, mas compareceram somente 5.446 (79,92%). Foram lembrados nomes de cento e quarenta e três candidatos a deputado estadual pelos passatempenses, sendo que somente dois deles obtiveram mais de duzentos votos (Diniz Pinheiro, com 1.756, e Irani Barbosa, com 725 votos) e apenas doze candidatos tiveram mais do que trinta votos. Ou seja, cento e trinta e um candidatos não receberam a mísera quantia de trinta votos. Para deputado federal, nossos conterrâneos lembraram o nome de cento e cinquenta e nove candidatos e os mais votados foram Rodrigo de Castro (1.594 votos) e Luiz Fernando (428). Cento e quarenta e um candidatos não receberam nem trinta votos.

A função principal do cargo de deputado, nos dois âmbitos, é legislar, propor, emendar, alterar e revogar a legislação, além de fiscalizar as contas do governo e criar Comissões Parlamentares de Inquérito. Obter recursos para os municípios não é função específica de um deputado, seja estadual ou federal. Entretanto, a busca de recursos é a oportunidade que a atividade política oferece ao parlamentar de ir além de seus deveres e cooperar com o governo das cidades de sua base. Infelizmente, o que se observa na prática é que o município que der mais votos a um determinado deputado terá dele mais empenho na busca de recursos.

Assim, se nossas lideranças políticas – sejam os vereadores, a prefeita, os formadores de opinião e os membros de partidos políticos – não comprarem a idéia do apoio a um número restrito de candidatos, dificilmente nossa cidade contará com o empenho dos deputados para a luta pelas reivindicações de Passa Tempo. De nada adianta darmos trinta votos a vários deputados se, desta forma, perdemos a oportunidade de nos legitimarmos com votação expressiva junto aos mais votados. Que bom seria se elegêssemos deputados com mais de dois mil votos.

Se não for possível o consenso em nossas lideranças com relação aos candidatos que serão apoiados, que pelo menos haja espaço para a composição. Em outras palavras, que um político local indique o deputado estadual e o outro o federal, com ambos apoiando os dois candidatos. Passa Tempo precisa disso ou senão o trabalho de nossos governantes em busca de verbas ficará impraticável como está.

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